02/02/2010

Pablo Capilé causa polêmica no site "O Inimigo"

Muita discussão marcada por duas linhas de defesa. Assim foi repercussão da entrevista de Pablo Capilé ao “O Inimigo” no dia 11/01 desse ano. Com o título Mercado (mutante) Independente, escrita por Hugo Morais, na entrevista Capilé explica sobre o funcionamento do Fora do Eixo, como os coletivos se ligam a esse circuito e como eles trabalham de forma interdependentes.

Uma das maiores polêmicas foi a parte em que Pablo diz:
“Eu sou dentro da ABRAFIN um defensor de que não se deveria pagar cachê as bandas. Festival é uma mostra. É entender que uma banda só vai ter um público de 6000, 7000 pessoas em Cuiabá no Festival Calango. Se a banda não entender que o principal lastro dela é público, se mata também. Tem um exemplo forte disso que é o Cidadão Instigado. O Cidadão Instigado vai numa revista e fala que a ABRAFIN é uma máfia. Só que o Cidadão está acostumado com o padrão SESC de cachê. Aí acredita que aquilo que o SESC banca para ele, é o que ele tem que receber. Só que lá em Cuiabá o Cidadão Instigado não leva 30 pessoas. Essas 30 pessoas pagando R$ 20.0 dá R$ 600.00. E o meu festival é praticamente gratuito. Mas se pagassem R$ 20.00, dava R$ 600.00. Aí a gente triplica isso pelo valor agregado, a banda esteticamente é bacana. Então além da bilheteria, vamos dar uma triplicada nisso aí. Dá R$ 1.800,00. Só de cachê o cara me pede R$ 4.000,00. Então só de cachê saímos em um déficit de R$ 2.200,00, sem contar as passagens. Então se ele não consegue equilibrar isso, entender que o festival forma público e que para ele voltar e ter público teve que construir esse lastro, fica difícil estabelecer uma negociação”.
Muitos não compartilham dessa idéia, porém o número de pessoas que não entendem o que é um coletivo é absurdamente grande. Essas palavras geraram mais de 180 comentários o qual pessoas criticam e defendem como esse comentário de Luiz Manghi “Foda essa história da banda se bancar pra tá tocando. Certo que os festivais são uma mostra e tal, você ta indo lá pra mostrar seu trabalho, mas porra…o quanto não custa sair viajando pelo Brasil pra tocar! É foda…minha banda mesmo está abandonando a ideia de uma turnê agora porque tamo sem grana. Não sou a favor de ninguém fazer dinheiro tocando em festival não…mas os festivais tem que ter a consciência de pelo menos ajudar a banda financeiramente também!”
Renato defende: “... Não consigo ver o trecho do texto onde o Capilé banca o espertão tentando ganhar dinheiro com o trabalho dos outros. O que vejo na verdade é uma tentativa de diálogo entre as bandas e os produtores onde todos precisam ceder. Ele fala no texto que é contra o pagamento de cachês (realmente!), porém, dentro da ABRAFIN e não é citado também que uma banda precisa bancar a ida ao festival (já que isso pode entrar como uma ajuda de custo e não cachê)”.
O Miranda, aquele do programa Ídolos, deixou o seu comentário: "Sabe uma coisa mais engraçada nisso tudo? que o Capilé é o maior durango. muitas vezes quando os gordos malucos (eu e o Fabricio) vamos jantar ele foge porque acha que a gente gasta mais do que ele pode em comida. se vcs querem saber, admiro o Capilé, sujeito idealista, assim como Fabrício Nobre, grande batalhador. Sei muito bem o trabalho que dá fazer as coisas que eles fazem. é foda que fazem isso muito mais pelos outros que por eles mesmos. se o cara quisesse ganhar dinheiro montava outro negócio, não festival de banda independente que é tudo uma cambada de duro. hehehe. na real, deviam parar de fazer os festivais e fodam-se a cena, as bandas, eu, tudo… e botar um mercadinho. dá menos trabalho e mais dinheiro. e fica curtindo som idependente gringo baixado em mp3, que é de graça. hehehe"
Cabe a vocês decidirem o que acham e decidir quanto a visibilidade que o Megalozebu está trazendo para o cenário independente em Uberaba, nós somos fruto desse circuito e o que fazemos faz parte de uma mesma ideologia.

Fonte:  Megalozebu
 
Texto: Verônica Boaventura
 Reportagem Original retiradas do site O Inimigo

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