18/11/2008

15 discos essenciais da música brasileira, na visão de Gavin

Charles Gavin escolhe as obras mais importantes do gênero. Chico Science, Paralamas e Mutantes fazem parte da seleção.

mpb

Do samba ao "caos" de Chico Science & Nação Zumbi, passando pelo rock dos Mutantes ao Ultraje a Rigor, confira a seguir 15 discos essenciais para entender a música brasileira. A lista dos 15 foi elaborada por Charles Gavin, autor do livro ‘300 discos importantes da música brasileira’, a pedido do G1. Já os textos que descrevem os álbuns são de autoria dos jornalistas Tárik de Souza, Carlos Calado e Arthur Dapieve, que colaboraram com o músico na elaboração do projeto.

João do Vale - "O poeta do povo" - 1965

Foi de tanto viajar como ajudante de caminhão na adolescência que João do Vale (1933 – 1996) foi conhecendo os diversos estilos musicais. Quando ofereceu um baião a Luiz Gonzaga ganhou fama no circuito nordestino e, na seqüência, nos anos 60, caiu nas graças dos intelectuais cariocas. Acolhido nas rodas que originaram a bossa nova, retribuiu a ajuda do pianista Bené Nunes com a célebre “Coroné Antonio Bento”, imortalizada na voz de Tim Maia.

Jorge Ben - "Samba esquema novo" - 1963

“Samba esquema novo” instala para a música afro-brasileira uma epifania digna de “Chega de saudade”, de João Gilberto, por sinal, um ídolo de Jorge. Sua influência irrestrita (com a projeção mundial de “Mas, que nada” a partir da gravação de Sérgio Mendes) seria replicada de forma direta no “Samba esquema noise”, de 1994, pelo grupo pernambucano Mundo Livre s/a, do movimento “mangue bit”.

Maysa – "Barquinho" - 1961

Encarapitados num pequeno barco na Baía de Guanabara, Bebeto, Luiz Carlos Vinhas, Hélcio Milito, Roberto Menescal e Luiz Eça escoltam a cantora Maysa. No disco "Barquinho", a tripulação é maior. Além das seis faixas com o conjunto, embrião do Tamba Trio (de Eça, Helcio e Bebeto), outras seis vinham pinceladas por orquestras de cordas. Nelas, incluída a primeira cena de sexo explícito da MPB, em "Depois do amor" (Normando Santos/ Ronaldo Bôscoli). Não por acaso. A intensa paulista Maysa Figueira Monjardim (1936-1977) vinha de abalar as estruturas da indústria musical. 

Milton Nascimento e Lô Borges - "Clube da esquina" - 1972

Artista de pequenas vendagens e enorme prestígio, Milton Nascimento teve bancado seu projeto de álbum duplo em 1972, quando muitos de seus colegas da era dos festivais estavam exilados. O disco alavancou seu desempenho no mercado e consolidou, sob o nome de “Clube da Esquina”, o coletivo que reformularia um borbulhante caldeirão de influências. Do cantochão de igreja ao baladismo beatle, a bossa (a partir do conjunto Sambacana, fundado por Pacífico Mascarenhas, no começo dos 1960) e pitacos de jazz. Poção mágica que colocaria em definitivo o sotaque mineiro na MPB moderna. 

Elis Regina e Tom Jobim - "Elis & Tom" - 1974

Em várias faixas Elis canta só. Do suingue de "Só tinha de ser com você", "Brigas nunca mais", às dramatizações de "Modinha", "Pois é", "Retrato em branco e preto" e "Por toda a minha vida". Em "Soneto da separação", na voz e piano de "Inútil paisagem" e, principalmente, em "Corcovado", as duas vozes voltam a convergir, num contraponto de sumidades. Tom, o maestro, e Elis, a voz-orquestra. 

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Fonte: G1

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